Por um triz, Pacujá deixou de contrair uma dívida que poderia comprometer ainda mais o futuro do município. Segundo as informações que circulam na cidade e nos bastidores políticos, o então prefeito Tonhão estava firmando um acordo com o então presidente da Câmara, João Lúcio, com o objetivo de que o Parlamento aprovasse um projeto de lei para que a Prefeitura fizesse um empréstimo especulado em R$ 6 milhões.
Devido às contas deterioradas nas mãos de Eraldo Aguiar, então secretário de finanças e chefe político do ex-prefeito, a gestão municipal desejava continuar a gastança sem limites e, para isso, o empréstimo cairia como uma luva. Para a aprovação dessa transação financeira, havia a necessidade do apoio de no mínimo seis vereadores (dois terços do total).
Tonhão já contava como certos os votos dos cinco vereadores alinhados à sua gestão, que sempre votavam a favor de todos os seus projetos, até os mais polêmicos. Mas era preciso o voto de mais um vereador. Visando superar o problema, os articuladores políticos buscaram o apoio do presidente da Câmara, que estaria concordando com o plano e poderia convocar uma sessão extraordinária para votar (e aprovar) essa matéria.
A reaproximação entre Tonhão e João Lúcio chamou muita atenção no município, já que há poucos meses o presidente da Câmara se rebelou contra o prefeito e fez graves acusações, inclusive ressaltando que ele poderia ser preso. A pretensão de viabilizarem o empréstimo, porém, estaria restabelecendo a parceria entre os dois.
Os arquitetos do plano esqueceram de combinar com o ministro Alexandre de Moraes, que no penúltimo dia de 2023 concedeu a liminar determinando a volta do então prefeito cassado, Raimundo Filho. A liminar foi um enorme balde de água fria para os chefes do grupo que comandavam a Prefeitura. No fim das contas, ficaram sem o empréstimo e sem as chaves do cofre. Nem o mel, nem a cabaça.
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